que alforriaste Prometeu às garras do inferno.
Alçaste aos céus e ali eternizaste sonhos,
por entre estrelas e báratros incontáveis,
Abrolho dessa lírica e sutil nebulosa,
como navegante afoita dos oceanos do céu.
Sibilo a flecha do conhecimento,
nua em pelo e em sons, à poeira divina.
É por essa criatura, meio humana e animal,
que me desfaço em dualidade poética
e reconheço meu ser em desalinho,
no soluço dorido de cavalgada ao léu.
Arrebento em fúria os botões do abismo
e liberto os bicos róseos do meu paraíso
ao sabor da Via Láctea, que louca e lésbia,
suga-me os seios sem pedir licença.
Meu leite jorra esquizofrenicamente
e, nesse fado, fadas e demônios alimenta.
Homens e mulheres sacia, para perder-se
no acaso infecundo da fluidez do pensamento.
Kheiron! Lanço-me ao mistério das conchas estelares,
a permitir estupro em amarras vermelhas.
cujas bocas ensandecidas devoram meu corpo.
À iniquidade santa do meu verbo, danças feliz,
enquanto vertes sêmen ao embalo das minhas pernas.
Preciso arfar na imortalidade deusa que perdeste
ao desejo de humanidade frágil e pecadora.
Busco a verdade na força desse arco empeçonhado
e, sou teu manto magnânimo, sem jamais ser tua.
O feitiço das minhas veias é a teia do teu prazer
e, sem piedade, a agrura eterna da tua traição.
Sou mulher e cavalo - sei cavalgar-te, fêmea!
Sou cavalo e mulher - sei atiçar meu homem!
De quatro restarei aos teus desejos loucos,
se endeusares o som da minha boca
Cabo Frio, 20 de fevereiro de 2010 - 4h35
Às saudades... todas as saudades...
Poeta suicidade forma tão insana,
que desgrudo meu olhar de mim
e afloro primavera queimada.
Hastes secas,
pétalas ressequidas
ao sol do meio dia
- enxerto mal feito -
e de forma incontida
revelo a insolência tola
do peito atrevido.
Exibo ao mundo
uma indecorosa felicidade,
que chora escondida
e se amofina à cópula dos ratos.
através das rendas
e veludos vermelhos
enfurnados na lembrança.
Cubro-me de lingeries
negra, verde, azul, branca...
e colorida de ilusões
enluto-me na saudade.
Há dias aos quais me acavalo
na cauda dos arco-íris
e sumo no vento, pelo Infinito,
a sugar o sexo dos anjos.
Embebedo-me consciente
ao sabor agridoce... gota a gota...
empanturrando-me de vertigem,
até vomitar Eras no paraíso das estrelas.
h u m a n a m e n t e monstro de mim,
é preciso estourar os tímpanos
com a granada da Esperança.
Emparedo-me viva – como vampira,
nos poros sanguinolentos da própria pele
e por apodrentar em perfume,
suicida viva, despetalo.
e o Universo se arrasta aos meus pés
a bolinar-me morta, os meus Eus imortais
arreganham-se em orgasmos múltiplos.
Nessa ménage indescritível
arrombo o sarcófago da inércia
e renasço falena... meio fada... meio bruxa...
borboleta noturna... meio fêmea... meio poeta...
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 30 de março de 2010 – 16h45
Nomeada Embaixador Universal da Paz pelo Círculo Universal dos Embaixadores da Paz - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix - France & Genève Suisse, em 16 de novembro de 2009. Humanista, há vinte e seis anos pratico o Budismo de Nitiren Daishonin, sob o desafio de contribuir para a concretização da Paz Mundial, a exemplo do meu Mestre da Vida, Dr. Daisaku Ikeda. Acredito na mudança interior de cada indivíduo, por meio da cultura. Nesse contexto, sob a condição de Mestre em Direito, pela UERJ, meus escritos científicos nascem do anseio de despertar nos leitores um pensamento crítico-reflexivo, para que possamos, juntos, interferir na realidade fática em benefício de um mundo melhor. Quanto aos meus poemas, são as flores de mim. Ofereço-as ao mundo. Através de cada verso, pretendo alegrar os corações, espargindo-lhes um perfume de Amor, Paz e Fé.
Fundo musical: Charles Aznavour. Mourir d'aimer.